quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Faleceu esta quarta-feira, dia 28 de Outubro, em Fátima, o Pe. Luís Kondor, svd


Meus caros
Acabo de saber, pelo Provincial svd, Pe. José Antunes, que faleceu hoje, quarta.feira, dia 28, em Fátima, o Pe. Luís Kondor svd, que todos conheciam como vice-postulador da causa da beatificação dos pastorinhos de Fátima e, mais recentemente, do seu processo de canonização.
Tinha 81 anos e, ultimamente, estava a enfrentar problemas de saúde.
De qualquer modo, pelo menos para mim, mesmo sabendo que já se encontrava doente, a notícia foi inesperada.
As informações disponíveis são de que, neste momento, o seu corpo está em câmara ardente no Seminário do Verbo Divino, em Fátima, a cuja comunidade sempre pertenceu, desde a sua vinda para Portugal, em 1954. As exéquias serão na sexta-feira, às 11 horas, na Basílica de Fátima, indo o seu corpo a sepultar no Cemitério de Fátima

Testemunho pessoal
Quando eu entrei em Fátima, no ano lectivo de 1957/1958, procedente de Guimarães, para frequentar o terceiro ano, era o Pe. Luís Kondor, de nacionalidade húngara, o Prefeito indigitado para tomar conta da nossa turma (médios), que acompanhou também no ano lectivo seguinte, de 1958/1959.
Nessa altura, já o Pe. Kondor estabelecia fortes laços de relacionamento com as famílias dos pastorinhos de Fátima, Jacinta e Francisco Marto, e também com a família da Irmã Lúcia, que na altura se encontrava no Carmelo.
Em parte sob a sua orientação, pudemos relacionar-nos também, muito de perto, com essas duas famílias, mas especialmente com a da Irmã Lúcia, que visitávamos frequentemente, sobretudo atraídos por uma enorme figueira que ali havia e de que podíamos usufruir á vontade, no tempo dos figos.
No quintal da casa da Lúcia era também local de romaria o poço de água, junto do qual terá aparecido o Anjo. Muitas vezes ali bebemos da água armazenada da chuva, já que não havia nascentes na região de Fátima, devido a ser uma zona calcária.
Além de professor de Religião, o Pe. Kondor dava-nos também aulas de física e de química, tendo-nos ficado na memória as experiências com a electricidade, as explosões com os ácidos e o laboratório de fotografia, com tomada de imagens, revelação dos negativos e cópias em papel fotográfico.
É, portanto, muito viva a memória que os estudantes da minha geração, que viveram em Fátima nos anos que se seguiram à abertura do seminário, têm do Pe. Luís Kondor.


A turma do terceiro ano 1957/1958, no Seminário do Verbo Divino, em Fátima.
Na primeira fila, em baixo, ao centro estão os padres Eugénio Selbach,
Carlos Diederichs e Luís Kondor (assinalado por uma seta)

O Pe. Luís Kondor e Fátima
Com a colaboração e sob o impulso do Pe. Kondor, foram sendo construídos, na altura, vários monumentos em Fátima, nomeadamente a Via Sacra e o Calvário Húngaro, com a capela no alto do Monte, o monumento dos Valinhos e a Loca do Cabeço, sítios que os videntes indicaram como locais do aparecimento da Senhora e do Anjo.
São da escultora Carvalheira as estátuas de mármore que assinalam esses sítios. São da mesma escultora também as imagens em mármore da Capela do Seminário do Verbo Divino em Fátima.
Quando foi chamado, pelo bispo de Leiria, para assumir a causa de beatificação dos pastorinhos de Fátima, a partir dos anos sessenta, a vida e actividade do Pe. Luís Kondor tomaram outra direcção. Passou a dedicar-se, intensamente, à divulgação de Fátima no mundo e a procurar ajuda da cristandade dos países evoluídos da Europa, nomeadamente da Alemanha, para iniciativas a levar a cabo em Portugal, não apenas na diocese de Leiria, mas em várias dioceses de Portugal.
Informações mais pormenorizadas sobre essa benemérita actividade, que nos passou praticamente à margem, pois o Pe. Kondor deixou de viver no seminário, para se instalar numa casa, perto do santuário de Fátima, onde concentrava os serviços da causa da beatificação dos pastorinhos, dá-no-la a Agência informativa Ecclésia no seu site: . É para lá, pois, que vos remeto.

Exéquias
A celebração das Exéquias terá lugar na sexta-feira, dia 30, ás 11 horas, na Basílica do Santuário de Fátima e o sepultamento será no cemitério de Fátima.
A presença e participação neste momento de despedida, sera, certamente, um acto de homenagem a alguém que dedicou a sua vida inteiramente aos outros, mas especialmente a nós, que durante alguns anos estivemos sob a sua orientação educativa, pedagógica e espiritual. Uma oração em sua intenção.

Até sempre, Pe. Luís Kondor.
Armindo Cachada



Na horta da Casa da Lúcia, em Fátima, a turma do terceiro ano
aproveita para atacar uma figueira recheadinha de figos.
O Pe. Luís Kondor é o da esquerda, em batina, assinalado por uma seta

A turma do terceiro ano junto ao monumento à Senhora de Fátima,
nos Valinhos, na freguesia de Fátima

A mesma turma no cemitério de Fátima,
junto ao túmulo da pastorinha Jacinta Marto, cujo corpo foi,
mais tarde, trasladado para a Basílica de Fátima

A turma durante um passeio pelo bosque ainda no ano lectivo de 1957/1958, em Fátima

Durante um passeio à "Loca do Cabeço", em Fátima,
quando ainda não tinha sido esculpido nem colocado ali
o conjunto escultórico do anjo com os três pastorinhos de Fátima.
O Pe. Luís Kondor (ao cimo, à esquerda, sempre assinalado com uma seta).

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Encontro AAVD da região das Beiras no seminário do Tortosendo a 31 de Outubro

Do Emílio Barroso, um dos organizadores do encontro anual dos antigos alunos do Verbo Divino da região das Beiras, recebemos a informação que, a seu pedido, publicamos neste blogue

Caros amigos e colegas,
Com já vai sendo habito vai ter lugar mais um encontro no Seminário SVD do TORTOSENDO, no próximo dia 31 de Outubro, pelo que vimos apelar à presença de todos os que tenham possibilidade de comparecer.
Como só temos contactos de uma minoria, apelamos a quem receber esta mensagem que contacte o maior número possível de colegas, pois quantos mais formos melhor.

PROGRAMA DO ENCONTRO
O “Programa de Festas” vai ser similar ao dos anos anteriores, ou seja.:
- 11 horas encontro nas instalações do SVD – TORTOSENDO
- 12 horas inicio da Eucaristia, com a participação dos nossos colegas, nos cânticos.
- 13 horas almoço, com ementa surpresa, seguido de café e digestivo.
- 15 horas até às 17 horas, momento de lazer, com visita a uma exposição existente nas instalações, com equipamentos e recordações, desde o início da actividade no SVD – TORTOSENDO.
- 17 horas magusto e febras e carne entremeada assadas, ao mesmo tempo que se tocam uma guitarradas e se ensaiam uma cantorias.
As presenças podem ser confirmadas para os contactos abaixo indicados, para além do site do SVD-TORTOSENDO.

Emílio Barroso – emílio.barroso@norinstelnor.pt ; Telemóvel: 962 879 278
Ismael Reis - ismael.ismaelreis@netvisao.pt Telemóvel: 962 346 198
José Alberto (Trigais) - jalberto@ubi.pt Telemóvel: 962 620 289

Congregação do Verbo Divino comemora sessenta anos de presença em Portugal


Exposição retrospectiva dos 60 anos de presença da SVD em Portugal,
iniciada no seminário do Tortosendo a 14 de Novembro de 1949

A Congregação dos Missionários do Verbo Divino está a comemorar os 60 anos da sua presença em Portugal. A abertura das celebrações teve lugar no passado fim de semana, no Seminário do Tortosendo, com cerimónias que se irão multiplicar até ao próximo ano nesta e nas restantes casas da instituição espalhadas pelo país.

O Seminário do Tortosendo foi o primeiro internato-escola desta congregação missionária instalado em Portugal, naquela localidade do concelho da Covilhã, distrito de Castelo Branco e diocese da Guarda.

Na abertura das comemorações estiveram presentes vários elementos da comunidade verbita portuguesa, entre os quais o Pe. Lúcio Brandão, um dos fundadores da casa há 60 anos, que veio do Brasil expressamente para participar na cerimónia e os padres José Hipólito Jerónimo e José Antunes Vaz, que foram dos primeiros alunos a frequentar aquela escola apostólica e se tornaram, mais tarde, os dois primeiros sacerdotes portugueses do Verbo Divino.


O Pe. Lúcio Brandão (à direita), um dos iniciadores da presença verbita em Portugal e o Pe. José Hipólito Jerónimo, aluno da primeira turma de estudantes

que frequentou o Seminário do Tortosendo após a sua abertura em 1949


Presentes na abertura das comemorações estiveram também quatro antigos verbitas - António Marques de Brito, Manuel Felgueiras Martins, José Prata Candeias e Armindo Cachada - que escolheram esta data para confraternizarem com os seus antigos colegas e ali realizarem uma sessão de trabalho com vista à tradução, preparação e publicação de um livro que comemorará, em 2011, o centenário da presença dos primeiros missionários do Verbo Divino na antiga Província portuguesa de Moçambique.


O grupo de ex-verbitas com o os Padres Lúcio e Jerónimo Hipólito (ao centro)

A abertura do seminário menor do Tortosendo, a 14 de Novembro de 1949, com uma primeira turma de 40 alunos está documentada numa exposição retrospectiva dos 60 anos de existência desta casa, hoje já sem estudantes, mas com uma actividade ainda muito intensa, voltada principalmente para a animação juvenil das comunidades paroquiais da região.

A exposição, organizada pelo Pe. Manuel Soares svd, documenta os principais aspectos da vida e actividade escolar da instituição, desde a primeira troca de cartas entre o Pe. Caio Mário de Castro, sacerdote brasileiro que veio instalar a congregação do Verbo Divino em Portugal, e o então bispo da Guarda, D. José Alves Matoso, em finais de Dezembro de 1948, até ao ano de 2002, altura em que o seminário deixou de funcionar como internato.

Para a abertura das comemorações, deslocaram-se ao seminário do Tortosendo vários membros da comunidade verbita de Lisboa, bem como o Provincial e um conselheiro do Generalato da SVD, com sede em Roma, Itália.

Uma feira missionária, organizada com a finalidade de obter fundos para a construção de três casas destinadas a acolher leprosos, em Timor; uma celebração litúrgica com testemunhos pessoais de pessoas que vivenciaram de perto a actividade verbita no seminário do Tortosendo ao longo dos últimos sessenta anos; e um lanche de confraternização em que as castanhas e o vinho da região foram os produtos emblemáticos deste convívio em que participaram muitas pessoas oriundas das localidades vizinhas assistidas religiosamente pelos sacerdotes verbitas, bem como algumas dezenas de pessoas vindas da Bajouca, no concelho de Leiria, marcaram este primeiro dia de comemorações.

Outras se seguirão, ao longo dos próximos meses, nas localidades onde a presença verbita se faz sentir ao longo dos últimos sessenta anos, nomeadamente em Guimarães, Fátima e Lisboa, e ainda em Almodôvar, no Alentejo, onde a SVD mantém há muitos anos uma forte presença paroquial.