sábado, 25 de outubro de 2014

Foi há 50 anos - uma aventura na Barragem de Castelo de Bode

Lembrando o Pe. EUGÉNIO SELBACH
e as Bodas de Ouro sacerdotais do Pe. José Hipólito Jerónimo


 
Esta foto publico-a em homenagem ao Pe. Eugénio Selbach.

Foi tirada no dia 13 de Setembro de 1964, durante umas férias verbitas na BARRAGEM DE CASTELO DE BODE. Foi o dia em que um temerário trio de aventureiros, constituído pelo Pe. Hipólito Jerónimo, Carlos Matos e Armindo Cachada, se aventurou a atravessar a nado, sem qualquer apoio de segurança, a larguíssima barragem, num muito próximo da paredão curvo de betão que sustém a profunda albufeira de águas.

Aquela barragem era, na altura, e creio que talvez continue a ser hoje, a mais alta de Portugal, ou, se quisermos, a mais profunda, com 115 metros desde a base das fundações até à cota de coroamento.

A travessia, efectuada sem barco de apoio, como exigiria uma aventura daquelas, terminou muito bem, apesar de representar talvez mais de 500 metros desde a margem (praia fluvial) onde costumávamos tomar banho até ao outro lado da albufeira. Ainda hoje não percebi muito bem o que nos levou a metermo-nos naquela perigosa aventura. Certamente a inocência da idade, a ignorância dos riscos e uma natural irresponsabilidade.

É claro que o almoço, bem apetitoso e sumarento e com um excelente melão como sobremesa, como se vê pela foto, não dispensou um sério ralhete por parte do Pe. Eugénio aos três aventureiros e só não foi mais severo porque, entre os "irresponsáveis", se encontrava o Pe. Hipólito Jerónimo, que acabara de ser ordenado sacerdote há pouco mais de um mês. Foi o que safou os outros dois.
O recado foi entendido e as férias continuaram alegres, sem aventuras de maior significado até ao final das mesmas.

Lembro este episódio, 50 anos depois da sua ocorrência, também como homenagem ao P.e Jerónimo que, não só naquele tempo, mas ao longo dos 50 anos do seu sacerdócio, foi sempre uma pessoa excepcional quer na sua vida de dedicação à missão que escolheu, quer como companheiro dos confrades com quem conviveu.
Aqui lhe deixo expresso meu profundo respeito e admiração, com um grande abraço de amizade.
Ao Pe. Carlos Matos deixo também aqui a minha especial saudação.
Armindo Cachada.